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ESCOLA EM PIRAJU

Em respeito ao prédio a ser restaurado, o novo bloco deveria refletir a modernidade de sua época tanto quanto o antigo prédio a exprimiu originalmente. Esta idéia nos orientou na concepção do projeto do novo bloco que complementa o programa de necessidades antigo e o torna atual.

O projeto de restauro em si foi idealizado de forma a reconhecer e valorizar o prédio original cuja arquitetura é representativa da arquitetura escolar do início do século 20. De fato, a escola projetada por José van Humbeeck em 1909 traz salas de aula generosas e bem proporcionadas, inteiramente compatíveis com as atuais. O terreno, bastante generoso, situa-se em uma esquina. O corpo principal foi implantado acima do nível da rua, sobre um porão semi-enterrado de forma a acentuar a imponência do prédio. Sua planta em forma de “U”, com duas alas simétricas, organiza salas de aulas de excelentes dimensões em torno de um pátio, garantindo ampla iluminação natural. Originalmente cada ala possuía entrada independente desde a rua e era separada por portas vai-vem isolando alunos de alunas. No fundo do terreno o galpão, também separado em ala feminina e masculina, resumia-se a um telhado de barro interligado ao corpo principal através de passagens cobertas que com o tempo foram demolidas. Apesar de ter sofrido algumas alterações ao longo do tempo, o corpo principal teve suas proporções mantidas integralmente além da própria fachada com frontão central e envasaduras de ritmo constante em arco pleno.

O projeto decidiu pela demolição de todos os blocos acrescidos aleatoriamente pelas sucessivas reformas e a reconstituição completa do bloco principal. Um bloco único novo foi implantado junto à divisa de fundo do lote, ligado ao corpo principal por passagens cobertas que restabelecem os fluxos originais, mas que se conformam em um desenho moderno. Assim, os recuos laterais foram desobstruídos e o pátio readquiriu suas características primevas de mediador entre corpo principal e galpão. O novo bloco reúne salas de aula e serviços em dois pavimentos, incorporando o galpão de recreio sob sua ampla cobertura em estrutura metálica. O galpão ocupa pé-direito duplo formando um mezanino no pavimento superior que ao mesmo tempo em que distribui a circulação cria pontos de encontro e socialização fundamentais em uma escola pública.

A composição segue a lógica do contraste aproximando a arquitetura densa e pesada da alvenaria do começo do século passado com o desenho aerado e poroso, implicitamente leve da construção em estrutura metálica atual. As vigas “I” metálicas foram perfuradas com um desenho que permite sua remontagem de forma a adquirirem maior altura sem aumento de peso, barateando o custo da obra.

 

 

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