escola aberta araçatuba 2005

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ESCOLA ABERTA, ARAÇATUBA

o programa

O Instituto de Desenvolvimento Social e Humano Afonso Toledo decidiu criar em Araçatuba uma escola complementar ao ciclo básico para adolescentes como uma forma de colaborar na formação de jovens carentes. Pretende proporcionar atividades extracurriculares e ao mesmo tempo abrir seus espaços para toda a comunidade da região envolvendo pais e familiares dos estudantes. Assim oferece 4 salas de grandes dimensões para aulas variadas como dança, marcenaria, laboratório, teatro, fotografia e 4 salas de menores dimensões para aulas de computação e matérias técnicas. Seus espaços incluem ainda biblioteca pública, salão comunitário com a possibilidade de se transformar em auditório, piscina e quadra poliesportiva. Para completar parte do terreno foi dedicada à criação de um bosque com árvores da região como jenipapeiros e aroeiras. O projeto deviria ser afirmativamente ecológico. Para além de obedecer aos parâmetros do conforto e da preservação ambiental, o prédio deveria apresentar-se como um elemento didático. Assim, a madeira proveniente de manejo florestal deveria desempenhar um papel central no projeto.

o projeto

Ocupando todo um quarteirão em uma área próxima do centro da cidade, mas necessitando de uma ocupação pouco compacta, optou-se por implantar o prédio de tal forma que ele se mostrasse a antítese da congestão urbana reduzindo o adensamento visual.

O prédio foi concebido com o mesmo grau de abertura que caracteriza a ideologia da escola zoneando espaços e entradas independentes que dão acesso às diferentes atividades. Tira partido do desnível do terreno para criar um grande platô à meia altura que, dominado por um bosque, forma a praça aberta que põe em contato os diversos prédios e atividades.  A biblioteca tem acesso desde o ponto mais alto do terreno; o auditório além de entrada independente está localizado próximo ao estacionamento e a entrada para alunos e pedestres em geral se dá diretamente através do platô.

Nosso desejo é de criar um espaço na metade do caminho entre o interior e o exterior, alguma coisa próxima da sombra de um bosque aonde a luz chega misturada com a sombra. Assim o edifício foi organizado em um conjunto de blocos autônomos cobertos por uma cobertura generosa. São telhados formados por chapas de policarbonato alveolar estampadas com um desenho variável com áreas translúcidas e áreas opacas simulando a distribuição das folhas das árvores e reduzindo a penetração dos raios solares em 60%.

Voltados para norte encontram-se dois blocos de salas de aula usufruindo de boa orientação solar e da captação dos ventos predominantes. Do lado sul, semi-enterrados encontram-se os blocos de serviços e de administração. Entre os dois conjuntos situa-se a grande praça coberta com pé-direito duplo englobando a biblioteca no pavimento superior. A praça é ladeada por dois pátios descobertos que auxiliam na ventilação e iluminação naturais.

a estrutura

Todo o esqueleto estrutural é de madeira proveniente de manejo florestal. A estrutura dos blocos de salas de aulas forma de caixa autônoma com vigas e pilares duplos de Angelim, piso e fechamento em painéis de madeira do tipo wall e cobertura em painéis OSB acrescidos de camadas de isolamento termo-acústico e impermeabilização. Os blocos de serviços e administração com estrutura semelhante assentam-se junto a um muro de arrimo em gabião e são cobertos por laje sobre a qual repousam uma camada de terra e vegetação.
As grandes coberturas foram projetadas de forma a pousar sobre a estrutura, como nuvens pairando sobre os espaços. As malhas metálicas que as estrutura foram fixadas sobre suportes metálicos que se apóiam ora na estrutura das caixas ora em pilares de madeira. Os pilares são formados por 4 peças de madeiras separadas por afastadores de forma a aumentar a resistência à flambagem ao mesmo tempo em que se reduz o volume de madeira. As malhas estruturais de madeira sustentam as chapas de policarbonato. Ficam elevadas 1 metro acima do teto dos blocos e pilares para permitir sombreamento associado à ventilação constante.

o conforto ambiental

O projeto procura usufruir do uso de fontes de energia naturais. As classes foram desenhadas para prescindir de luz artificial a maior parte do ano. Têm caixilhos voltados para norte que receberam prateleiras de luz para aumentar a penetração da luz natural. Na parede oposta foram colocados clerestórios que suavizam a luz reduzindo contrastes e permitem a ventilação cruzada. Os compartimentos de serviço, semi-enterrados, têm sua iluminação e ventilação naturais garantidas por pequenos pátios cobertos por policarbonato, mas com ventilação permanente.

A ventilação natural recebeu a maior ênfase, no sentido de reduzir ao máximo os ganhos de calor. As grandes coberturas além de proporcionar sombreamento permitem a passagem constante de ventos e brisas. As caixas das salas de aulas foram implantadas 50 cm acima do terreno permitindo a passagem de ar sob as classes. Já os pátios atuam como formadores de um micro-clima específico, controlando os níveis de umidade, a ventilação, a entrada de calor e luz solar.

o passeio arquitetônico

Os acessos e trajetos dentro e fora dos prédios foram concebidos como percursos sem fim, que nunca chegam a um local sem saída que interrompa o caminhar ou que obrigue o transeunte a voltar sobre os próprios passos - não há um dead end. O passeio arquitetônico flui através de rampas que interligam os diferentes patamares e fazem com que o próprio prédio promova a transição entre os desníveis do terreno.

 

 

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